Qual o sentido de continuar tomando um remédio que não cura, e sequer retarda o desenvolvimento da doença? Será que as instituições designadas a administrar a justiça conseguem ser justas? Estas questões mobilizaram Martin Luther King desde a adolescência: “Cresci detestando não só a segregação, mas também as ações opressoras e bárbaras que dela se originavam. Passei em locais onde negros haviam sido selvagemente linchados, e vi a Ku Klux Klan em suas incursões noturnas. Vi com meus próprios olhos a brutalidade policial e testemunhei as mais trágicas injustiças sofridas pelos negros nos tribunais […]. Aprendi também que a injustiça econômica era irmã gêmea da injustiça social” (“Minha peregrinação à não violência”).

Neste ano cumprem-se 50 anos de sua morte. Sem dúvida os negros americanos conquistaram direitos civis inimagináveis na época. Mas hoje tais direitos não são suficientes. Luther King sonhava com tempos nos quais “minhas quatro pequenas crianças viverão em uma nação onde não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter […]. Onde meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos” (“Eu tenho um sonho”).

A violência estrutural que permeia muitas das nossas instituições – reproduzindo comportamentos e naturalizando preconceitos e exclusão – começa a ser percebida, decifrada e despida de toda legitimidade. Aí reside nossa esperança e o sonho de reparação, a oportunidade de nos congregar mutuamente em liberdade e igualdade, recuperando a dignidade com a qual todos chegamos a este mundo.


ENTRADA GRÁTIS

3 de abril de 2018 • terça-feira • 19 horas
Local: Teatro do Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana, São Paulo – SP.

Prefira Transporte Público
Metrô Ana Rosa 750m  e Metrô Paraíso 1000m

Retirada de ingressos no dia da atividades, a partir das 14h,
nas unidades do Sesc (exceto Itaquera e Interlagos).


Charles Harrison, Diplomata do Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo. Nascido em Aiken, na Carolina do Sul, ingressou no Departamento de Estado em 2012. Formado em Literatura Comparada pela Universidade Emory, possui mestrado em Língua Espanhola pela Universidade Yale.

Marcelo Nalesso Salmaso, Juiz de Direito. Membro da Coordenadoria da Infância e da Juventude e do Grupo Gestor da Justiça Restaurativa do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Coordenador do Núcleo de Justiça Restaurativa da Comarca de Tatuí, SP – Polo Irradiador.

Banda DI Mandê, fundada em 2011 por Biko MC (Fabiano) e Deejay B.A. Sua musicalidade contempla as matrizes do hip hop e influências da música negra tais como: blues, jazz, afro beat, R&B, funk, reggae e musicalidades nacionais como jongo, maracatu, samba e congada.