GANDHI – um visionário singular
2 a 7 de outubro 2000
… Nunca a humanidade clamou com tamanho fervor pela Paz e o fim da violência. Nunca a Paz teve o poder de congregar tantos e tão diferentes. Se de fato estamos no limiar de uma transformação da consciência coletiva, ela orbita nos anseios unânimes de Paz. Entretanto sabemos que é um caminho longo, do qual conhecemos apenas a direção assinalada por alguns poucos, que fizeram de suas vidas um compromisso incessantemente renovado com a Paz.
Entre esses poucos está Mohandas Karamchand Gandhi, talvez o mais original e inusitado líder político e espiritual do século 20, cuja trajetória inspirou muitas de nossas conquistas mais recentes, já acalentadas no seu próprio pensamento.
… Contudo, as nossas conquistas não impediram o alastramento de velhas e novas barbáries: injustiça e exclusão social, xenofobias, colonialismo cultural, competição desenfreada, narcotização da vida e penhora do futuro… E, como se soubesse de tudo isso, ali vem novamente Gandhi, reposicionando o dedo acusador dirigido a outros: “Nós devemos ser a mudança que desejamos ver no mundo”.
Extraído do prefácio de Lia Diskin à edição brasileira de Autobiografia – Minha Vida e Minhas Experiências com a Verdade, Mohandas K. Gandhi, Editora Palas Athena.
Oficina de origami
Pássaros da Paz
2 de outubro, 18h, segunda-feira
Alzira Cattony
A ave sagrada no Japão é o Tsuru. A lenda diz que ele vive mil anos. Significa um desejo a ser realizado, e é o símbolo da Paz. O Origami permite que as pessoas esqueçam tensões e se unam para realizar uma meta comum. Quando as pessoas se reúnem para confeccionar em papel este símbolo, o fazem com a intenção de que reine a Paz no mundo. Este é o propósito de fazer os tsurus nesta data, aniversário do nascimento de Gandhi.
Alzira Cattony é professora de Yoga, estudiosa de Origami e pós-graduada em História da Arte e da Arquitetura.
Palestra: Por que Gandhi?
3 de outubro, 19h30, terça-feira
José Romão Trigo de Aguiar
Este personagem é mais do que um nome famoso, é o retrato de gestos únicos, que uma vez lembrados, podem ser compreendidos por todos. É destes gestos que nascem as grandes metamorfoses: dos indivíduos, das comunidades, de povos inteiros. A razão? É que eles atingem o coração. Não existe nenhum outro caminho que possa levar à transformação do mundo. E nada que se lhes compare em poder. A força de seus atos venceram os limites geográficos, influenciando a luta de muitas correntes pacifistas e ecologistas do mundo todo, até os dias de hoje.
José Romão Trigo de Aguiar é médico, especializado em Homeopatia e Psicoterapia. É professor e membro do Conselho Deliberativo da Associação Palas Athena.
Painel: O diálogo como instrumento de resolução pacífica de conflitos
4 de outubro, quarta-feira, 17h a 19h
Coordenação: Humberto Mariotti
O exercício da cidadania depende da digna convivência entre os indivíduos. Este talvez seja o maior legado deixado por Gandhi.
“… A saga gandhiana é um exemplo luminoso de como a resistência à opressão – que inclui a que impomos a nós mesmos – precisa começar pelo trabalho com o ego e estender-se à coletividade. … Sua história mostra com o sagrado está presente também no mundo natural e por isso mesmo entre nós – revela como ele faz parte do cotidiano e emerge da convivência pacífica entre pessoas.” H.M.
Humberto Mariotti é médico psicoterapeuta. Pesquisador nas áreas de complexidade, pensamento sistêmico e ciência cognitiva.
Palestra: Nossos hábitos de consumo – um convite à comparação entre o pensamento de Gandhi e a perspectiva atual
5 de outubro, quinta-feira, 19h30
Marcos Fávero Florence de Barros
Gandhi pedia aos indivíduos que estivessem um passo à frente dos detentores do poder político ou econômico. Pedia que seguissem leis que não existiam no país, mas que eram eticamente corretas. E, inversamente, pedia que descumprissem leis que existiam mas eram injustas. Esta é a atitude de coragem individual de que precisamos hoje, para mudar gradativamente os rumos da economia, e assim proteger a sociedade e o meio ambiente do excesso de consumo de produtos e serviços.
Marcos Fávero Florence de Barros é engenheiro químico, administrador de empresas e professor de Meditação Transcedental.
Oficina: Serenidade – um caminho para a não-violência
6 de outubro, 19h30, sexta-feira
Vera Lúcia Paes de Almeida
Nesse encontro vamos refletir sobre as qualidades que podem nos ajudar a ter uma vida mais harmoniosa e menos violenta, e também vivenciar o estado de serenidade através da meditação com movimento e música.
Vera Lúcia Paes de Almeida é psicóloga e psicoterapeuta junguiana. Professora no Instituto Sedes Sapientiae e no Senac-Saúde-SP.
Painel: Gandhi e o futuro do diálogo inter-religioso
7 de outubro, 18h, sábado
Participantes: Dom Abade Isidoro de Oliveira Preto OSB – Mosteiro de São Bento; Iyá Sandra Medeiros Epega – Casa de Orixá Ile Leuiwyato; Sheik Armando Hussein Saleh – Mesquita Brasil; Swami Nirmalatmananda – Ramakrishna Vedanta Ashrama; Mediador: Nestor Müller – Coordenador de eventos inter-religiosos
A convivência inter-religiosa foi um dos grandes aportes de Gandhi, nascido da sua prática e da sua reflexão como homem engajado na sociedade, porém à frente de seu tempo: “… Deveríamos ter idêntica reverência por todas as religiões… Todas as religiões merecem o mesmo respeito no ashram… Seguidores de todos os credos são bem-vindos…”
Neste painel, religiosos de diferentes tradições trarão a sua mensagem do papel das religiões na construção da paz.
Saberes e trocas: em torno da simplicidade voluntária
Programa no Parque da Água Branca
Av. Francisco Matarazzo, 455
7 de outubro, sábado 9h a 18h
No Parque da Água Branca, para pessoas de todas as idades, haverão espaços de convivência e de trocas: de saberes e de pertences. (Leve algo para trocar com alguém – ou para dar). Idéias e princípios inspirados em Gandhi, como o cultivo da paz e a simplicidade voluntária vão orientar o desenvolvimento dos encontros e das atividades.
O programa será realizado nos seguintes locais do Parque:
Bambual
As artes corporais e outras artes cultivarão no corpo e na mente as idéias-coração, para construir novos sonhos e iluminar nossa imaginação.
Casa de Pau-a-Pique
A simplicidade da arte do chá e do pão poderemos aprender com novo entusiasmo, criatividade e inspiração: tudo ao redor do forno e do fogão.
Terreiro Abaçaí
Fiar, tecer, construir com as próprias mãos. Aqui vamos observar e aprender: cada um pode ter consciência de seu poder pessoal, potencializar suas ações e sua vocação para a paz: não mais “ser levado”, mas “fazer acontecer”. No espírito gandhiano, todo trabalho é digno e importante – se sabemos como ocupar o nosso espaço.
Espaço das Figueiras
Aqui acontecerá um momento de troca de pertences.
– Vamos descobrir o que é a troca, no espírito “da generosidade que traz prosperidade” e “dar é trocar”.
– Vamos abrir nossos armários e gavetas, descobrir “o que está parado”, quebrando o fluxo da vida. Vamos trazer algo para trocar – ou dar, reciclar as coisas e as idéias, dar e receber no desinteresse do prestígio, do “ganhar”.
Espaço Tattersal
Para terminar este dia de convivência, veremos trechos de documentários e filmes de Gandhi.
– Por que relembrá-lo?
– Para que seu precioso “viveiro” de idéias e ações espalhe o cultivo da paz e da simplicidade e os faça “circular”.
Apoio: Abaçaí Cultura e Arte / Parque da Água Branca
Este programa, contendo mais informações, poderá ser retirado na Palas Athena a partir do primeiro dia de outubro.
Gandhi e a não-violência
Palestras a cargo da Profª Suzete Carvalho
Mohandas Karanchand Gandhi nasceu numa pequena cidade indiana em 1869, tendo se tornado mundialmente famoso pelo constante e paciente trabalho em prol da liberdade de seu povo, apoiado exclusivamente numa firme e indeclinável ação pacífica.
Embora sua morte haja ocorrido há mais de 50 anos, a praticidade de sua proposta é extremamente atual, até porque vivemos hoje um neocolonialismo a que se deu o nome de globalização que, pelo trágico índice de exclusão social que vem acarretando, se aproxima de uma indianização.
A palestra, em comemoração aos 131 anos de nascimento do Mahatma, visa também refletir com a comunidade sobre a ética gandhiana da Não-Violência, como fundamento dos direitos humanos e como estado de espírito a ser levado ao cotidiano, forma ativa e eficiente de criar condições propícias ao aprimoramento das relações humanas.
Na sede da AFPESP e no Clube Atlético Ipiranga
4 de outubro de 2000, quarta-feira, 17h30
Local: Sede da AFPESP – Salão Nobre
Rua Dr. Bittencourt Rodrigues, 155
Centro – São Paulo, SP
7 de outubro de 2000 – sábado, 18h
Local: Clube Atlético Ypiranga Salão de Convenções
Rua do Manifesto, 475 – Ipiranga, São Paulo, SP
Obs.: Se possível, pede-se a doação de kg
ou lata de alimento não-perecível
Promoção
Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo 
Clube Atlético Ypiranga
Apoio Cultural
Palas Athena