Há alguns anos um famoso escritor faleceu. Entre seus escritos foi encontrada uma lista de temas para futuros livros. Dentre eles o mais destacado era: “Uma família muito desunida herda uma casa na qual devem viver juntos”. Este é o novo grande problema da humanidade. Herdamos uma casa grande, uma “casa mundial” na qual temos que viver juntos: preto e branco, ocidental e oriental, gentio e judeu, católico e protestante, muçulmano e hindu – uma família com membros separados desde sempre em idéias, culturas e interesses e que, impossibilitados agora de viver isoladamente, precisam de alguma forma conviver em paz uns com os outros.

Embora os negros americanos estejam profundamente envolvidos na luta para fazer dos Estados Unidos seu lar, não podemos ignorar esta casa mundial maior, a qual também habitamos. A igualdade com os brancos não resolverá os problemas nem de brancos nem de negros se for um exemplo de igualdade em meio a uma sociedade mundial assolada pela pobreza, num universo fadado à extinção pela guerra.

Todos os habitantes do planeta são agora vizinhos. Esta vizinhança de proporções mundiais surgiu como resultado das revoluções científicas e tecnológicas da modernidade. O mundo de hoje é radicalmente diferente do mundo de apenas cem anos atrás. Há um século Thomas Edison não havia ainda inventado a lâmpada incandescente trazendo luz a tantos lugares escuros da terra. Os irmãos Wright não haviam ainda inventado o fascinante pássaro mecânico que espalharia suas asas pelos céus encolhendo distâncias e colocando o tempo a serviço do homem. Einstein ainda não havia questionado um axioma e a teoria da relatividade não havia sido aventada.

Os seres humanos de então, como os de agora, estavam em busca de conhecimento, mas não tinham televisão, rádio, telefone nem cinema através dos quais comunicarem-se. A medicina não havia ainda descoberto as drogas para curar muitas doenças e epidemias. Há cem anos os militares não haviam ainda desenvolvido as armas terríveis que conhecemos hoje – os bombardeiros, fortalezas aéreas que fazem chover a morte; o napalm que queima tudo e também a carne em seu caminho. Há um século não havia arranha-céus nem as pontes que atravessam grandes rios. A ciência não havia ainda perscrutado o espaço inter-estelar, nem sondado as profundezas oceânicas. Todas as novas invenções, novas idéias, esses desenvolvimentos às vezes fascinantes, às vezes amedrontadores, a maioria deles chegou-nos apenas dos últimos 60 anos, em alguns casos com lentidão terrível, na maioria das vezes com velocidade estonteante, mas sempre com enorme significado para o nosso futuro…

 

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